segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

CLASSIFICAÇÃO DOS TUMORES MALIGNOS DA TIREÓIDE

CLASSIFICAÇÃO DAS NEOPLASIAS MALIGNAS DA TIREÓIDE

Os tumores de tireóide podem ser classificados em:
  • Tumores diferenciados (papilíferos ou foliculares)
  • Tumores medulares (originados ds células parafoliculares)
  • Tumores pobremente diferenciados (tipo tumor insular)
  • Tumores anaplásicos (ou indiferenciados).
Os tumores mais freqüentes são os carcinomas diferenciados da tireóide, derivados das células foliculares da glândula e que mantêm algumas das características da célula original, o que é essencial para a terapia do tumor com dose ablativa ou terapêutica de Iodo-131, e para o tratamentos de suas as recidivas ou de suas metástases. As características importantes mantidas são a resposta ao TSH, a capacidade de captação de Iodo e a produção da Tireoglobulina, a proteína característica da tireóide e que funciona como um marcador tumoral, nos portadores de carcinoma diferenciado de tireóide.

Captação de Iodo via NIS diminuída ou ausente em 1/3 dos casos
Organificação do Iodeto diminuída
T1/2 efetivo do Iodo na glândula diminuído
Resposta ao TSH presente

CLASSIFICAÇÃO DOS TUMORES E FREQÜÊNCIA ESTIMADA
  • Carcinoma papilífero 80%
  • Carcinoma folicular 5 %
  • Carcinoma medular 5 %
  • Carcinoma insular 1 – 5%
  • Carcinoma anaplásico 4 %

CARACTERÍSTICAS GERAIS DE CADA TIPO HISTOLÓGICO

Os tumores do tipo papilífero são os mais freqüentes e os menos agressivos, em termos de recidiva ou de aparecimento de metástases. A disseminação metastática se faz por via linfática e as mais freqüentes são em linfonodos (gânglios) cervicais. A incidência desse tumor está crescendo no mundo inteiro.

Microscopia de carcinoma papilar de tireóide


Os tumores foliculares ao contrário têm diminuído sua incidência em todo o mundo. Eram mais freqüentes em regiões com escassez de iodo no ambiente. Fazem metástases hematogênicas, por via sangüínea, tipo metástases ósseas. O aspecto microscópico é muito semelhante ao de uma tireóide norml, mantendo a estrutura de folículos e muitas vezes a produção hormonal.

Microscopia da tireóide normal: folículos

Microscopia do carcinoma folicular de tireóide


O carcinoma medular se origina das células parafoliculares da tireóide, é um tipo de tumor neuroendócrino, pode ser esporádico ou familiar e seu marcador tumoral é a Calcitonina. Os tumores menos diferenciados, tipo os insulares e principalmente os anaplásicos são mais raros, felizmente, porque são mais agressivos e de pior prognóstico.

domingo, 21 de dezembro de 2008

ESTRUTURA DA GLÂNDULA TIREÓIDE

MORFOLOGIA DA TIREÓIDE

A tireóide é uma glândula situada na região cervical em posição anterior à traquéia, abaixo da cartilagem de tireóide e acima da fúrcula esternal. Tem uma forma peculiar, lembrando uma borboleta, com dois lobos ligados por uma estrutura chamada de ístmo.


FUSÃO DE MEDICINA NUCLEAR COM TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA (SPECT-CT)





EMBRIOLOGIA

A tireóide origina-se do ectoderma da bolsa faringea já no 17º dia de vida embrionária, junto com o ducto tireoglosso e a partir daí migra caudalmente, enquanto o ducto involui. É formada por células foliculares e começa a funcionar já no terceiro mês da vida intra-uterina.


TIPOS CELULARES

As células foliculares produzem os hormônios tireoidianos. Mas também a tireóide contém células chamadas parafoliculares, originadas da crista neural, que produzem um outro hormônio, envolvido no metabolismo ósseo, a Calcitonina. O carcinoma medular da tireóide tem origem nessas células e é um tumor neuroendócrino.


TAMANHO DA TIREÓIDE

No recém nascido a tireóide pesa cerca de 2 a 3 g, chegando a pesar de 20 a 25 g no adulto, diminuindo de tamanho no idoso.

O aumento de tamanho da tireóide é chamado de bócio e quando aumentada, em função de diferentes patologias, a tireóide pode chegar a pesar até 4 vezes o tamanho normal, tornando-se palpável e visível.


FOLÍCULOS TIREOIDIANOS E COLÓIDE

As células foliculares, que fazem a síntese dos hormônios tireoidianos, estão dispostas em estruturas saculares chamadas de folículos. Esses folículos estão repletos de uma substância chamada de colóide, que tem uma característica especial e única no corpo humano: uma enorme capacidade de armazenamento dos hormônios tireoidianos, uma proteção contra situações de escassez do iodo no ambiente. Quer dizer, em situações de escassez de iodo no ambiente, sendo o iodo fundamental na formação dos hormônios tireoidianos, a glândula tem capacidade de manter as necessidades normais do organismo por um bom período de tempo. A quantidade de iodo dentro da tireóide, na estrutura dos hormônios tireoidianos, é 20 a 50 vezes maior que a quantidade circulante no plasma.



A falta de iodo em alguns ambientes, em geral em regiões longe do litoral, é a causa do chamado bócio endêmico. Para prevenir o bócio endêmico, antigamente comum na região central do Brasil, o sal usado no país é iodado.

RESUMO

A principal célula da tireóide é a célula folicular, que forma uma estrutura sacular chamada de folículos contendo colóide. Nesse colóide está armazenada uma grande quantidade de hormônio tireoidiano, uma defesa da natureza contra a escassez do iodo em situações ambientais, porque o iodo é parte essencial dos hormônios tireoidianos.

domingo, 14 de dezembro de 2008

SOBRE CÂNCER DE TIREÓIDE

SOBRE NEOPLASIA DA TIREÓIDE

O câncer de tireóide é uma neoplasia maligna que se desenvolve a partir de células tireoidianas. No estado normal, novas células tireoidianas estão sendo constantemente produzidas para substituir as que morrem. No curso desse processo algumas células anormais são produzidas, mas são eliminadas. Quando essas células anormais continuam se multiplicando de forma descontrolada elas formam um tumor ou uma neoplasia.
Neo: novo
Plasia, plasma: crescimento

Uma neoplasia, que sempre se apresenta como um nódulo, pode ser benigna, o que é verdade na maioria das vezes. Mas, se a neoplasia se expande e invade tecidos normais ela é considerada maligna e é chamada de câncer.


SOBRE CÂNCER DE TIREÓIDE

O câncer de tireóide é um dos poucos tipos de câncer que têm aumentado sua incidência em todo o mundo. Nos Estados Unidos, em 2006, houve um crescimento de 17% novos casos de câncer de tireóide em relação a 2005. Em 2006, segundo a American Cancer Society surgiram cerca de 30.000 novos casos de câncer de tireóide nos Estados Unidos, distribuídos dessa maneira:

22.590 mulheres - 75%

7.590 homens - 25%

Há uma freqüência maior de câncer de tireóide entre as mulheres. A relação mulher: homem é aproximadamente de 3:1. Nas mulheres o câncer de tireóide é o 8º tumor maligno em ordem de freqüência. No entanto a prevalência de tumor oculto (< 1,0 cm) é igual em ambos os sexos.


AINDA SOBRE CÂNCER DE TIREÓIDE

O câncer de tireóide apresenta crescimento lento (tumor indolente). O tumor é curável em cerca de 95% dos casos. As recidivas e metástases do tumor podem ser tratadas e curadas. A mortalidade é baixa (cerca de 5%) dos casos, levando-se em conta todos os casos, em qualquer faixa etária, sem classificação de risco.


MORTALIDADE ESTIMADA DO CÂNCER DE TIREÓIDE

A mortalidade estimada em 30.180 novos casos (EEUU) para 2006 foi de 1500 mortes (5% dos casos), sendo 870 mulheres (57% ) e 630 homens (43%). Apesar do maior número de casos no sexo feminino e portando de uma mortalidade maior nesse sexo, podemos observar que entre as mulheres a mortalidade foi de 4% e entre os homens duas vezes maior (8,3%).
Portanto há uma tendência para um comportamento mais agressivo do câncer de tireóide no sexo masculino.


POR QUE O AUMENTO NA INCIDÊNCIA DESSE CÂNCER?

Um dos fatores importantes é a melhora na acurácia dos métodos diagnósticos: o uso da ultra-sonografia cervical e da punção biópsia de agulha fina quando um nódulo suspeito é identificado leva à detecção precoce do câncer com impacto importante sobre a sobrevida, pela instituição precoce do tratamento.

Outro fator considerado é a melhora no registro de casos de câncer em todo o mundo. Mas existem fatores ainda desconhecidos relacionados ao aumento da incidência mundial desse tipo de tumor. Sabe-se também que há uma relação direta entre a incidência de câncer de tiróide e exposição a certos níveis de radiação ionizante.

São exemplos os casos decorrentes da administração de radioterapia para cabeça e pescoço especialmente em crianças (maior incidência entre 1935 e 1975 nos Estados Unidos). Ou a exposição à radiação originada de acidentes nucleares (Hiroshima, Nagasaki, Chernobyl, Goiânia). Após o acidente de Chernobyl houve um aumento importante desse tumor, especialmente em crianças. Fatores genéticos (história familiar) também podem ser considerados.